Nas páginas soturnas do Diário Oficial, onde letras miúdas escondem dramas humanos e decisões que alteram destinos, uma narrativa silenciosa se desenha a cada mudança de governo: A perseguição política a servidores públicos, escancarada em editais, exonerações e portarias que mal disfarçam o acerto de contas ideológico, muitas vezes distantes e registrados em disputas políticas regionais. Sob o manto burocrático, repousa uma verdade constitucional esquecida: servidores públicos não servem a esse ou àquele senhor, mas sim ao Estado – uma instituição perene que transcende governos passageiros.
A Estabilidade como Escudo do Estado, não do Servidor: A ministra Esther Werneck alertou e há registros:
“A estabilidade não é uma proteção ao servidor, mas ao Estado brasileiro” . Essa afirmação, ecoada nas entrelinhas do Diário Oficial, revela o cerne da questão. A estabilidade, conquistada após a redemocratização, foi concebida para evitar que denúncias de corrupção ou más práticas governamentais fossem caladas por retaliações. Como lembra a ministra, foi graças a ela que servidores puderam expor escândalos durante a pandemia ou casos como o das joias, sem temer a costumas perseguição . No entanto, quando governos mudam, esse princípio é frequentemente ignorado. Exonerações em massa, realocações estratégicas e a ampliação de cargos comissionados transformam o Diário Oficial em um campo de batalha onde a técnica é substituída pela lealdade política .
O cidadão, verdadeiro “dono” do poder, o prestador de serviços ou fornecedores? Quando o Estado paralisa e aguarda enquanto “seu senhor” realiza vingancinhas políticas/pessoais, quem ganha com isso? Mas para essa pergunta, também haveremos de encontrar respostas.
*Silene Borges- Pedagoga de formação, Empresária e jornalista apresentadora do programa @Quarto_Poder


















Uma resposta
Silene Borges é uma jornalista politica incrível!
Acompanho todas as denuncias do Quarto Poder, assim como qualquer coluna escrita por ela.