Omissão ou requentamento à pedido?

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Amélio Cayres e Wanderlei Barbosa de mãos dadas

Resposta ao artigo publicado hoje 21/12/25 pelo colega Saulo Pereira Guimarães – UOL

Sobre a acusação de “impedir” um impeachment

Venho publicamente refutar as insinuações contidas no artigo publicado hoje neste veículo, que atribui ao presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins, deputado Amélio Cayres, a pecha de ter “impedido” um impeachment.

O fato jurídico central omitido: decisão unânime do STF

A narrativa construída pelo colega que assina a matéria peca por uma omissão grave e fundamental: ignorou por completo o fato jurídico supremo que rege o caso. O Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima do Judiciário brasileiro, decisão por UNANIMIDADE, em 5 votos a zero, restabelecer o governador Wanderlei Barbosa ao cargo. Isso não é um detalhe menor; é a sentença que encerra, no âmbito legal e factual imediato, qualquer discussão sobre uma suposta “obstrução” ilegítima. Se a mais alta Corte do país, de forma unânime, entendeu que o afastamento foi irregular e determinou o retorno, qual a base factual que resta para criticar quem, no parlamento, aguardou e respeitou tal decisão?

A segunda omissão flagrante é sobre o estado das investigações. O artigo silencia sobre o fato de que os procedimentos ainda estão em andamento. Em um Estado Democrático de Direito, não se decreta impeachment com base em insinuações ou narrativas, mas em provas concretas e em um devido processo legal. O presidente da Assembleia, ao pautar a prudência e o rigor processual, cumpriu seu dever institucional de guardião do equilíbrio de poderes, não se rendendo a pressões ou tentativas de tumultuar a ordem estadual.

“Time” da notícia e anacronismo jornalístico

Diante disso, afirmo que o colega perdeu completamente o “time” da notícia. O ápice desta história foi a decisão unânime do STF. A tentativa de reavivar o tema agora, sem mencionar esse desfecho, configura um anacronismo jornalístico que mais confunde do que informa o leitor.

Estabilidade institucional: o papel de Amélio Cayres

Por fim, e talvez o ponto mais importante: longe de ser um “obstrutor”, o deputado Amélio Cayres atuou como um elemento de estabilidade em um momento de grave turbulência. O Tocantins vivia uma clara disputa de grupos por interesses pessoais e políticos, que ameaçavam paralisar a máquina pública. Cayres, compreendendo a responsabilidade de seu cargo, optou pela serenidade e pela observância estrita da lei, evitando que o estado mergulhasse em uma crise institucional ainda maior.

Conclusão: registro dos fatos e essência da democracia

Portanto, a réplica se faz necessária não para defender pessoa, mas para corrigir o registro dos fatos. O respeito às decisões do Judiciário e a condução rigorosa dos processos legislativos não são defeitos; são a essência da democracia. Faltou ao artigo original essa contextualização, levando a conclusões enviesadas e divorciadas da realidade jurídica e factual que rege o caso.

Leia aqui a matéria em questão.

Silene Borges – jornalista independente que ainda acredita em notícias com dados e verdade.

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